Técnicos do Campo Futuro levantam custos de quatro atividades

Painéis foram realizados no Rio de Janeiro, Goiás, Santa Catarina e São Paulo
Brasília (13/06/2025) – Os custos de produção da pecuária de leite, cana-de-açúcar, grãos e avicultura de corte foram levantados, nesta semana, pelos técnicos do projeto Campo Futuro da CNA, em quatro estados brasileiros.
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Cana – Os custos de produção da cana foram coletados em Goiás. No município de Rio Verde, a propriedade modal conta com 450 hectares e expectativa de produtividade de cerca de 85 toneladas por hectare para a safra 2025/2026. Em relação à qualidade da matéria-prima, a previsão de fechamento é de cerca de 139 quilogramas de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana.

Em Quirinópolis, a propriedade modal é de 350 hectares e produtividade de 70 toneladas por hectare, queda de 18% em relação à última safra devido clima seco e estiagem prolongada sofrida em 2024. Assim como em Rio Verde, os resultados econômicos do atual ciclo foram piores que da safra ada.
Leite – O de custos da pecuária de leite ocorreu em Valença, no Rio de Janeiro. O sistema identificado conta com cerca de 40 vacas da raça Girolando, das quais 10 estão em lactação, produzindo aproximadamente 90 litros de leite por dia por propriedade modal. A atividade leiteira representa 82% da renda da propriedade, enquanto a venda de animais contribui com 18%.

Na composição dos custos operacionais efetivos (COE), os principais desembolsos estão relacionados com a alimentação do rebanho (47%), seguida pelos gastos istrativos (27%) e manutenções (10%). A receita obtida pelo leite permitiu remunerar apenas os desembolsos da atividade, ficando aquém da depreciação da infraestrutura, prolabore do produtor e da remuneração do capital imobilizado na atividade.
Grãos – Os painéis de grãos ocorreram no estado de Santa Catarina. Em Araranguá, a produtividade média do arroz irrigado foi de 175 sacas por hectare (50 kg), resultado impulsionado por um clima favorável ao longo do ciclo. A percepção dos participantes é de que a rentabilidade foi mais desafiadora, sobretudo entre os produtores que não realizaram vendas antecipadas.

Já em Campos Novos, o clima também favoreceu o desenvolvimento das lavouras. A soja alcançou 68 sacas por hectare, o milho fechou em 200 sacas e o trigo em 62 sacas por hectare. A elevação de custos foi observada principalmente nos fertilizantes do milho, que subiram 22% em relação ao ciclo anterior.

Em Xanxerê, os resultados também mostraram recuperação em relação à temporada ada. A soja avançou para 70 sacas por hectare (contra 62), o milho subiu para 200 sacas (de 160), e o trigo manteve 30 sacas por hectare. Nos custos, o principal destaque foi o aumento com fertilizantes, 23,8% na soja e 22,7% no trigo.

Avicultura de corte – Os encontros da avicultura de corte foram realizados em São Paulo. No de Batatais, o modal é composto por sistema integrado de frango de corte. Mão de obra, energia elétrica e manutenção foram os itens de maior impacto no Custo Operacional Efetivo, 24,2%, 23,1% e 22,2%, respectivamente.

Já em Amparo (SP), o sistema também é integrado e os insumos para aquecimento da granja comprometeram 21,6% do COE.
