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IPCA
12 de junho de 2025
Inflação registra alta de 0,26% em maio
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A inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 0,26% em maio de 2025, ficando 0,17 p.p. abaixo do registrado em abril (0,43%). Em maio de 2024, o índice teve alta de 0,46%. O IPCA acumulado nos últimos 12 meses apresenta alta de 5,32%, superando o teto da meta para 2025, de 4,5%.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,26% em maio de 2025, ficando 0,17 p.p. abaixo do registrado em abril, que apresentou aumento de 0,43%. Como base de comparação, em maio de 2024, o índice apresentou aumento de 0,46%. Quando observado a média histórica para o mês, maio de 2025 ficou abaixo do resultado dos últimos cinco anos (0,31%).

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Com exceção dos grupos de Artigos de Residência e de Transportes, os demais grupos registraram alta de abril para maio, porém com sinal de arrefecimento. Habitação foi o grupo com maior variação e impacto sobre o IPCA no mês, com alta de 1,19% e 0,18 p.p. de impacto. O resultado veio da mudança da bandeira tarifária de energia elétrica para amarelo no mês, adicionando R$ 1,885 na conta de energia a cada 100 KWh consumidos. Com isso, a energia elétrica residencial (3,62%) foi o subitem com o maior impacto individual no índice geral (0,14 p.p.).

O grupo de Alimentação e Bebidas registrou aumento de 0,17% em maio, contribuindo com 0,04 p.p. para o IPCA do mês. O subgrupo Alimentação no Domicílio aumentou em 0,02%, muito inferior a alta registrada no mês de abril, quando o mesmo subgrupo registrou aumento de 0,83%. Contribuíram para esse arrefecimento a queda nos preços do tomate (-13,52%), do arroz (-4,00%), do ovo de galinha (-3,98%), do leite longa vida (-0,89%) e da laranja-pera (-4,14%). No lado das altas destacam-se o café-moído (4,59%), as carnes (0,97%), a batata-inglesa (10,34%), a cebola (10,28%) e a manga (7,79%). A Alimentação fora do Domicílio, por sua vez, reportou alta de 0,58%, também inferior ao resultado registado em abril (0,80%).

No acumulado dos últimos 12 meses, até maio, o índice geral registrou aumento de 5,32%, com o grupo Alimentação e bebidas apresentando alta de 7,33% e Alimentação no domicílio, de 7,19%.

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Os grupos de Artigos de Residência e de Transportes registraram variação negativa nos preços, respectivamente, iguais a -0,27% e -0,37%. Em relação ao grupo de Transportes, que contribuiu negativamente em 0,08 p.p. para o IPCA do mês, o resultado foi influenciado pela queda nos preços das agens aéreas, bem como dos combustíveis, os quais todos registraram variação negativa em maio: óleo diesel (-1,30%), etanol (-0,91%), gás veicular (-0,83%) e gasolina (-0,66%).

O arrefecimento nos níveis de preços dos alimentos de abril para maio também foi registrada pelo índice de preços internacionais de produtos alimentícios calculado pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), conhecido como “Índice de Preços de Alimentos da FAO - IPFA”. O indicador internacional mostrou um recuo nos preços internacionais de cereais, açúcares e óleos vegetais, o que acabou compensando o aumento ocorrido nos preços da carne. No geral, o IPFA ficou 7,2 pontos (6,0%) acima do seu nível no ano ado, mas permaneceu 32,6 pontos (20,3%) abaixo do seu pico atingido em março de 2022.

O que muda para o produtor?

As variações de preços no IPCA de maio impactam os custos de produção agropecuária de forma díspares. Por um lado, a alta no preço da energia elétrica residencial afeta especialmente as atividades mais intensivas em energia, como aquelas realizadas em propriedades que utilizam sistemas de irrigação, climatização, resfriamento, conservação, bombeamento e circulação de água, além da manutenção de sistemas de aeração. Por outro lado, a queda no preço do óleo diesel (-1,30%) representa um alívio nos custos, já que esse combustível é utilizado tanto dentro da porteira — no funcionamento de máquinas e implementos e na geração de energia em locais sem o à rede elétrica — quanto fora da porteira, impactando o transporte de insumos e o escoamento da produção.

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Principais altas de preço no mês de maio/2025:

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Café moído Os preços do café moído ao consumidor subiram, mesmo que a taxas menores, como reflexo dos baixos estoques do produto no mercado internacional, mas esse cenário tende a se alterar. Em maio, com o início da colheita, os preços ao produtor já começaram a cair. Os indicadores CEPEA/ESALQ para o café robusta e para o arábica caíram, 8,43% e 1,57%, respectivamente. O indicador de preços de café verde da Organização Mundial do Café (OIC) também apresentou queda de 0,4% em relação a abril.


Carnes – A alta foi puxada pela carne suína, que registrou valorização de 2,4% em maio no mercado atacadista em São Paulo, na comparação mensal (Cepea). A boa demanda doméstica e a oferta ajustada de animais terminados deram sustentação às cotações nas granjas, indústrias e varejo.



Batata-Inglesa – Preços em alta são reflexo da colheita da safra de inverno nas principais praças, dentre elas, Cristalina (GO), ainda está tímida. Ainda, as altas temperaturas no Cerrado e Sul de Minas Gerais, e a maior ocorrência de larva-alfinete na região da Guarapuava (PR), durante o desenvolvimento das lavouras, reduziram a qualidade do tubérculo.



Cebola – Com bulbos menores oriundos da região Sul do país, a oferta de cebola se mostra reduzida e os preços ao consumidor acabaram subindo em maio. Isso ocorreu após uma safra com maior intensidade de chuvas, com consequente ampliação da incidência de doenças, que levou a menor produtividade e potencial de armazenagem. O início da colheita na região Sudeste e Centro-Oeste, a partir de junho, traz expectativas de maior estabilidade na oferta nos próximos meses.



Manga – Os preços da fruta subiram em maio com a finalização da safra na região Sudeste. Os compradores tiveram que concentrar sua originação no Vale do São Francisco, e o custo do frete pesou na formação do preço ao consumidor nas grandes praças consumidoras das regiões Sul e Sudeste.

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Principais quedas de preço no mês de maio/2025:

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Tomate – Os preços do tomate caíram em maio devido ao avanço da colheita da safra de inverno, com intensificação dos trabalhos nas lavouras de Patos de Minas (MG), Itapeva e Mogi Guaçu (SP). Tivemos ainda, a entrada da colheita de tomate rasteiro em Goiás. O aumento de oferta, com a queda no consumo com a redução das temperaturas, pressionou os preços ao consumidor.


Arroz – Os preços ao consumidor do arroz responderam ao aumento de oferta no Brasil. Com a colheita praticamente encerrada (99,5% em 08 de junho, segundo a CONAB), os estoques de arroz nacional atingiram os maiores níveis do ano. Como consequência, o preço do cereal recebido pelos produtores apresentou queda de 3,4% em maio e 28,7% no acumulado do ano, impactando negativamente as margens, de uma atividade que ainda tenta se recuperar do desastre climático que assolou o Rio Grande do Sul (maior produtor de arroz do Brasil) na safra 2023/24. Ressalte-se que o índice da FAO para o arroz apresentou aumento nos preços internacionais, entre abril e maio, de 1,4%, com o mercado asiático dando e às cotações.


Ovo – O aumento da produção, frente a baixa liquidez no mercado doméstico, fez aumentar os estoques nas granjas, pressionando para baixo os preços dos ovos. Segundo dados do Cepea, no atacado em São Paulo, houve queda de 11,3% na cotação da caixa com 30 dúzias de ovos brancos em maio, em relação a abril deste ano.


Leite longa vida – Os preços no atacado foram pressionados por uma demanda apática no elo final da cadeia de valor. Pelo lado da oferta, em que pese a entrada da entressafra, os volumes vêm em recuperação em relação ao ano ado, contribuindo com pressão de baixa nos derivados lácteos, movimento refletido de forma generalizada pelos seis CONSELEITEs ativos no país.


Laranja-pera – Os preços da laranja-pera ao consumidor apresentaram queda em maio em consequência de um quadro de oferta e demanda mais afrouxado. A colheita de laranjapera apresenta bons resultados no período, com a chegada dos frutos precoces, aumentando oferta para o mercado da fruta de mesa. Do lado da demanda, a indústria ainda está tímida nas compras, aguardando intensificação da colheita em julho para definição de contratos para a safra 2025/26.


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